A hérnia discal não é mais que a "rotura" do anel com saída do seu conteúdo (o núcleo) para o exterior deste. O núcleo ao saír pode causar compressão das estruturas neurológicas (por ex: raiz nervosa), ou mais ainda, inflamação! A deformação do anel sem rotura é uma protusão (menos grave).
As hérnias lombares são mais frequentes. Podem dar ciática (uma dor que se extende-se da nádega ao pé) e menos lombalgia (dor de costas). As cervicais dão cervicobraquialgia (uma dor que se extende-se do ombro á mão). Em ambas pode haver parestesias (dormência) e perda de força muscular e sensibilidade (só nos casos mais graves).
O fundamental do tratamento consiste em repouso por um curto período (após 3 dias procurar reiniciar actividade) associando medicação analgésica. A fisioterapia e a re-educação postural são fundamentais para evitar recaídas.
A cirurgia mais frequente, mas cada vez menos usada, (discectomia) é a remoção do disco (todo ou parte). Gestos adicionais são a recalibragem do canal e a fusão vertebral. Esta cirurgia resolve, em regra, a dor provocada pela hérnia mas, quando usada isoladamente, origina ou agrava outro tipo de dor pela instabilidade resultante na coluna. Podem também haver recidivas em hérnias operadas!
A evolução natural da maioria das hérnias discais (mesmo sem tratamento) é para a cura! Estudos (Weber e Hakelius) revelam que o estado final dos doentes com hérnias lombares é o mesmo, quer tenham feito ou não discectomia. Daí que, as indicações para discectomia lombar estejam, hoje em dia, limitadas a doentes com síndroma da cauda equina ou défice neurológico progressivo.
Acima: Ressonância Magnética com hérnia comprimindo o saco dural
Ao lado: Hérnia discal que ocupa espaço ocupado pela raiz nervosa esquerda