Artrose

Onde se apresentam as Doenças Degenerativas

O termo Português Artrose ou Osteoartrose (Inglês "Osteoarthritis"), é reservado para denominar um processo predominantemente mecânico de destruição de uma articulação.

Deve ser distinguido do termo Artrite (Inglês "Arthritis")que refere igualmente uma destruição articular mas associada desta vez a um processo inflamatório, geralmente reumatismal.

Além do clássico conceito mecânico, outros mecanismos fisiológicos tem sido descobertos e estudados que apontam para outros mecanismos na génese da Artrose. Existe mesmo uma mutação identificada, responsável pela ocorrência preferencial de Artrose em determinadas famílias.

A Artrose é geralmente dividida em dois tipos:

  • Artrose Primária ou Idiopática - de causa ignorada
  • Artrose Secundária - derivada de trauma ou doença identificada

A artrose atinge preferencialmente indivíduos com um passado de traumatismos violentos, doenças ósseas deformativas ou esforços acentuados. A sua incidência aumenta com a idade. Afecta com mais intensidade as articulações submetidas a maior esforço ou carga.

Artroses do joelho e tornozelo

 

Numa situação normal, uma articulação sofre pequenas lesões que são reparadas pelo organismo. Quando essas lesões são mais intensas ou o tempo e capacidade de recuperação (que diminui com a idade) não são suficientes, aparece a Artrose!

Durante o processo artrósico a articulação sofre alterações estruturais, algumas destrutivas, outras para tentar estabilizar a dinâmica articular:

  • a cartilagem vai-se degradando progressivamente, diminuindo a sua espessura

  • O osso vizinho da cartilagem vai-se esclerosando e, após uma perda significativa da cartilagem, deformando

  • As superfícies articulares vão alargando à custa de osso novo (osteófitos ou "bicos de papagaio")

  • A articulação vai-se tornando mais rígida, diminuindo a amplitude dos movimentos

  • Finalmente, pode ocorrer uma fusão progressiva da articulação (Anquilose) com imobilidade articular

Clinicamente, o doente nota deformação progressiva, rigidez gradual e dor aumentando com a actividade, da articulação afectada.

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Terapêutica Física

A artrose pode ser prevenida ou atrasada evitando traumatismos, esforços excessivos e posturas incorrectas, tendo em atenção o tempo de recuperação de traumatismos ou esforços.

Uma actividade física adequada regular parece melhorar a capacidade regenerativa articular e uma boa tonicidade muscular parece aliviar ou mesmo anular muita da sintomatologia da Artrose.

Na Artrose establelecida deve ser dada primazia à mobilização activa ou assistida em amplitude para combater a rigidez e aos exercícios isométricos (contracção muscular com movimento mínimo) para conseguir melhorar o tónus muscular sem agravar o desgaste articular. São relativamente contraindicados os exercícios dinâmicos, especialmente em carga, pelo mesmo motivo!

A aplicação de calor pode melhorar a mobilidade e diminuír a dor. Nas agudizações, o gelo e o repouso podem melhorar a sintomatologia.

Osteotomia tibial

Terapêutica Cirúrgica

Na sua vertente preventiva, consiste na correcção das deformidades ósseas ou músculo-tendinosas (Osteotomias, Enxertos ou Plastias) que propiciam o aparecimento de Artrose. Estas cirurgias não são, infelizmente, tão frequentes como deviam, porque incidem sobre o doente ainda sem Artrose ou com esta numa fase inicial. Como os sintomas são poucos ou nenhuns, muitas vezes o mesmo recusa uma cirurgia nesta fase!

Na sua vertente paliativa, é o tratamento de último recurso para a Artrose. Consiste em fusão articular (Artrodese), remoção das superfícies articulares parcial ou totalmente (Resecção) ou mais moderna e frequentemente, na aplicação (Artroplastia) de uma articulação sintética: a Prótese Articular.

Próteses da anca, joelho e tornozelo

Terapêutica Médica

Consiste na administração de analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares com fins exclusivamente sintomáticos, embora facilitem dessa forma a recuperação funcional. Tem papel importante nas situações agudas, devendo ser utilizados com parcimónia nas crónicas. Especialmente os anti-inflamatórios, têm vários efeitos nefastos sobre o sistema digestivo, cardio-circulatório e mesmo nos processos regenerativos da articulação.

Os outros grupos de medicamentos para além destes, embora muito usados, não têm ainda efeito comprovado nesta doença.